Durante décadas, elas foram parte integrante do cenário rural e urbano paulistas, tendo, em sua maioria, realizado sua primeira viagem por volta das décadas de 40-50, ainda nas antigas ferrovias que vieram posteriormente a compor a Fepasa em 1971. Atualmente, na passagem para o Novo Milênio, muitas dentre estas balzaquianas senhoras paulistas propulsionadas a óleo Diesel, foram dar umas bandas por outras paragens e Estados brasileiros.

Este fenômeno possui diversas explicações, dentre as quais o fato de o Estado de São Paulo através de sua ex-estatal ferroviária, a Fepasa, haver concentrado em determinado momento, em seu território, praticamente 1/4 de toda a malha ferroviária brasileira. Contudo, após a privatização da Fepasa em dezembro de 1998, o grande império ferroviário estatal paulista, deixou de existir. Através de sub-concessões previstas nos editais de desestatização que lhes diziam respeito, sua malha foi repartida entre outras concessionárias privadas, com sede em outros Estados. Quanto ao material rodante - tanto vagões quanto locomotivas Diesel - , este passou a ser visto com bastante freqüencia, em diversos Estados brasileiros. Se isto já ocorria com os vagões, o mesmo não pode ser dito, no entanto, em relação às locomotivas: à exceção daquelas que operavam nas linhas da Fepasa situadas em território mineiro, via de regra as locomotivas da Fepasa não costumavam, no mais das vezes, deixar o Estado de São Paulo.

Mas, como muitas locomotivas ex-Fepasa foram, após a sua privatização no final de 1998, repassadas para outras concessionárias privadas, atualmente estas velhas senhoras paulistas diesélicas, podem ser avistadas de Norte a Sul do país. Assim, quer estejamos próximos a uma via férrea situada em Porto Alegre, Criciúma, Curitiba, Vitória, Salvador, Aracaju e assim por diante, teremos uma boa chance de nos surpreendermos, ao avistá-las. Reconhecê-las, aliás, é fácil: porque, talvez por conta e capricho das dificuldades financeiras atravessadas pelas concessionárias privadas, estas velhas locomotivas continuam ostentando o esquema de pintura (principalmente o segundo, vermelho com listras brancas), denominação e numeração, que possuíam na ex-Fepasa.

A finalidade desta seção consiste em mostrar as curiosas imagens, nas quais estas balzaquianas locomotivas ex-Fepasa, encontram-se ainda plenamente operacionais, bem longe dos cafezais da Alta Paulista ou da Mogiana, das plantações de trigo e soja da Média e Alta Sorocabana, da maresia da Baixada Santista.

 

ARACAJU, S.E.: GE U12B, ex-Estrada de Ferro Sorocabana, ex-Fepasa n.o 3208